ARCHEIA - CULTURA ESCRITA E ORALIDADE NA ANTIGUIDADE E MEDIEVALIDADE

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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Postado por CULTURA ESCRITA E ORALIDADE NA ANTIGUIDADE E MEDIEVALIDADE às 13:05

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REALIZAÇÃO

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COMISSÃO CIENTÍFICA

Prof. Dr. André Miatello (UFMG)

Prof. Dr. Gilvan Ventura da Silva (UFES)

Prof. Drª. Lênia Márcia Mongelli (USP)

Prof. Dr. Marcelo Almeida Peloggio (UFC)

Prof. Dr. Paulo Roberto Sodré (UFES)

Prof. Dr. Roberto Pontes (UFC)

Profa. Drª.Terezinha Oliveira (UEM)

COMISSÃO ORGANIZADORA

Profª Dra Ana Márcia Alves Siqueira (UFC) - http://lattes.cnpq.br/9078359441832386

http://lattes.cnpq.br/1202940746882108

Profa. Drª. Elizabeth Dias Martins (UFC) - http://lattes.cnpq.br/0811163781077772

Prof. Dr. Gleudson Passos Cardoso (UECE) - http://lattes.cnpq.br/4484450400989287

Profa Dra Sílvia M. A.Siqueira (UECE) -

http://lattes.cnpq.br/9811122479459590

EQUIPE DE MONITORES

Ana Clara Vieira Fernandes (UFC)

Arlene Fernandes Vasconcelos (UFC)

Cleidiane Rosendo Ferreira (UECE)

Dariana Paula Silva Gadelha (UFC)

Erica Souza Pinto (UECE)

Felipe Hélio da Silva Dezidério (UFC)

Francisco Adilson da Silva Lopes (UECE)

Geraldo de Sousa Paiva Júnior (UECE)

Gleiciane Damasceno Nobre (UECE)

Hingrid Renalle Farias Bezerra (UECE)

Jesus Ximenes Frota (UFC)

Kamila Jessick Duarte da Costa (UFC)

Larisse Carvalho de Oliveira (UFC)

Madjer Ranyery de Souza Pontes (UFC)

Marta Nayara Freitas (UFC)

Marília Angélica Braga do Nascimento (UFC)

Paulo César Freire Sá (UECE)

Priscila Rodrigues Feijão (UECE)

Rodrigo Vieira Ávila de Agrela (UFC)

Sayuri Grigório Matsuoka (UFC)

Thiago Henrique Gonçalves Alves (UFC)

RESUMOS

DR. Ennio Sanzi (Universitá di Messina e Universitá di Roma "La Sapienza")

"Observações históricas-religiosas sobre testemunhos em língua copta relativos à Ísis, Serápis, deuses sunnaoi e a magia".

As fontes coptas fornecem testemunhos sobre fenômenos como a magia e os assim ditos cultos orientais. Trata-se de textos oficiais, hagiografias, encomia, literatura mágica e outros, freqüentemente não considerados pelos historiadores das religiões.

O escopo dessa comunicação é particularmente aquele de chamar à atenção sobre tal tipo de testemunhos nem sempre disponíveis em traduções em língua moderna, para tentar reconstruir, mesmo que em uma amostragem, a sensibilidade religiosa do Egito copto.

Procurar-se-á, sobretudo compreender a realidade e a espessura de eventuais sobrevivências do mundo pagão especialmente no nível da religiosidade popular.

Por isso, uma análise aprofundada das fontes examinadas deverá fundar-se também sobre a língua na qual os testemunhos considerados foram redigidos; concomitantemente será necessário ter em conta também testemunhos da assim dita cultura oficial que condena esta realidade.

Desse modo, de fato, a contextualização dos materiais será menos susceptível de aporia da parte do historiador das religiões empenhado em reconstruir fatos e contextos religiosos em chave de reciprocidade segundo um conceito de analogia entendido como um quid historicamente irredutível.

"Elementos básicos de língua copta com exemplos de textos mágicos, hagiográficos e sacros

O principal escopo do mini-curso é fornecer as coordenadas axiais de uma língua não indo-européia e da cultura do Egito copto; ambos revelam-se, de fato, um specimen da Antiguidade Tardia e do Medievo.

É noto que o copto representa a última fase da língua egípcia. Desenvolvido, sobretudo, pelos cristãos, do ponto de vista da escrita, este não utiliza o sistema hieróglifo mas o alfabeto grego enriquecido com algumas letras próprias; a sintaxe da língua, ao contrário, conserva o antecedente egípcio.

Do ponto de vista cultural o Egito copto testemunha uma vitalidade relevante. Se pensa na sua evangelização que remontaria ao apostolado de Marcos, na presença de relevantes movimentos heréticos como o gnosticismo, na figura de Antonio e ao nascimento do monasticismo, na função do patriarcado de Alexandria em relação aos transtornos confessionais ligados as disputas calcedônias, nas relações com o Islã, na forte presença emocional sempre atestada ao nível da religiosidade popular.

Durante o mini-curso serão apresentados os aspectos morfo-sintáticos essenciais da língua copta do Alto Egito, ou seja, do dialeto saídico, do momento que particularmente nesse dialeto foi redigida a maior parte dos textos sobreviventes. Cada lição será articulada em uma série de momentos teóricos (introdução à língua copta; apresentação da morfologia do nome e do verbo; análise das principais estruturas morfo-sintáticas) acompanhados por uma série de exercícios que envolverão diretamente os participantes. Os trechos dos quais serão vertidos os exercícios serão fornecidos pelo docente e serão partes de textos sacros, dos papiros mágicos e da literatura hagiográfica.

Dra. Terezinha Oliveira (Universidade Estadual de Maringá - DFE/PPE/UEM- pesquisa financiada pelo CNPQ – PQII).

Memória, Ensino e Política na Universidade de Paris

O objetivo desta exposição é analisar a relevância da Universidade de Paris, no século XIII, como lócus de produção de novos saberes e, ao mesmo tempo, ambiência de intenso debate político. Nossa intenção, ao fazer este estudo, é evidenciar a importância da recuperação da memória desta Instituição por meio de seus documentos e mestres.

Leituras e Imagens do Medievo Ocidental

Este trabalho sobre leituras e imagens do medievo tem por finalidade explicitar a estreita relação existente entre as imagens mentais e materiais do medievo ocidental nos séculos XIII e XIV, com a produção textual dos mestres universitários, especialmente Tomás de Aquino. O propósito é também evidenciar que tanto na produção textual como imagética, há, necessariamente, uma produção mental que a precede.

Gilvan Ventura da Silva ( Universidade Federal do Espírito Santo -LEIR-UFES).

As mulheres e os perigos da cidade: casamento espiritual, virgindade e prostituição segundo João Crisóstomo.

Das inúmeras páginas que brotam da lavra dos principais autores cristãos da Antiguidade Tardia – os assim denominados Padres da Igreja –, a preocupação com a polis, suas mazelas, vícios e perigos representa quase uma obsessão. Quando nos dedicamos à exploração da obra de uma personagem tão influente como foi João Crisóstomo, uma das conclusões que logo se impõem diz respeito à centralidade da experiência cívica para esses homens da fase final do Império. Nessa comunicação, temos por objetivo discutir a maneira pela qual João Crisóstomo concebe a atuação das mulheres no espaço urbano, pois, em sua concepção, a cidade antiga, ao tolerar a presença feminina em locais públicos, estimulava a licenciosidade e a prostituição, emblemas do modus vivendi grecorromano e judaico, colocando assim em risco um dos talismãs mais espetaculares de sacralização da polis, de construção de uma nova politeia fundada nos valores cristãos: a virgem.

DRª AILA L. PINHEIRO DE ANDRADE- Faculdade Católica de Fortaleza - FCF.

Messias e Ascetas contra o Império e o Templo.

Em Israel houve vários tipos de messias e de messianismos, frutos de uma literatura de resistência que foi se desenvolvendo desde o ano de 538 a.C. até 70 d.C. época conhecida como Período do Segundo Templo. O objetivo deste estudo é conhecer essa trajetória histórica a partir da pesquisa analítica e exegética de alguns livros apócrifos judaicos bem como de alguns Documentos do Mar Morto. A análise dessa literatura mostra que surgiu um descontentamento com o sistema religioso depois do retorno dos judeus para Israel. Os conflitos irromperam quando o templo tornou-se o centro da autoridade civil e religiosa, pois os sacerdotes passaram a exercer também o poder político como representantes locais do rei da Pérsia. A crise continuou durante o domínio selêucida (198-167 a.C.) e agravou-se após a independência política quando Alexandre Janeu (104-76 a.C.), além de comandante militar e sem que pertencesse ao clã real e tampouco ao sacerdotal, foi proclamado sumo sacerdote e rei, dando origem à dinastia dos asmoneus. Decepcionados com esses acontecimentos, muitos judeus se refugiaram no deserto, engajados numa resistência à autoridade religiosa e ao domínio estrangeiro, seja pelo ascetismo, seja pela guerra santa. Desses descontentes surgiram os vários messias e messianismos do século I da era cristã.

PROF. DR. ANDRÉ LUIS PEREIRA MIATELLO – (Universidade Federal de Minas Gerais – FAFICH-UFMG)

O conceito de Ecclesia nos escritos de Bernardo de Claraval: sociedade política e sociedade espiritual na Idade Média

É comum pensarmos que política e religião ou, se quisermos, Igreja e Estado sejam ou representem entidades separadas e autônomas em todo o tempo e lugar. Sem nos darmos conta, tomamos como natural e universal um conceito de “religião” e de “política” que foi forjado apenas no século XVIII francês e que, portanto, é completamente estranho à própria história ocidental antes desse período. O propósito desta conferência é problematizar os limites das cisões e dicotomias que o pensamento erudito moderno instaurou em nossa maneira de ler e escrever a história: durante a Idade Média, política e religião não constituem duas entidades, mas uma só, mescladas numa realidade social chamada ecclesia ou christianitas (cristandade) que, a uma só vez, agregava as dimensões da vida secular (chamada pelos modernos de laica) e da vida religiosa (chamada pelos modernos de eclesiástica). Dizer que, na Idade Média, a Igreja dominava a sociedade é ignorar que o próprio conceito de sociedade, na Idade Média, só fazia sentido enquanto plenamente redutível ao conceito de ecclesia (Igreja, em latim).

Dr. Paulo Roberto Sodré (Universidade Federal do Espírito Santo – UFES)

"O riso no jogo e o jogo no riso na sátira galego-portuguesa"

O conjunto de leis organizado por Alfonso X, Las siete partidas, produzido entre os anos de 1250 e 1270, tem sido estudado sob muitos aspectos. Interessa-nos aqui, no entanto, sua relação com a sátira ou jugar de palabras. Neste estudo interdisciplinar, discutiremos mais pontualmente essa relação, por um lado, comentando o efeito de prescrição poética das leis alfonsinas sobre o deostar e o jugar de palabras, base das cantigas de escárnio e maldizer, e, por outro, o tema da sodomia homossexual em cantigas satíricas de Pero da Ponte, trovador do séc. XIII, considerando e ilustrando o estatuto jurídico sobre o trovar.

COMISSÃO ORGANIZADORA. Tema Marca d'água. Tecnologia do Blogger.